A SEGURANÇA DOS IDOSOS EM TEMPOS DE PANDEMIA

Diante de tantas mudanças na nossa rotina e em nossas preocupações, a pandemia aumentou ainda mais o grau de vulnerabilidade em alguns grupos populacionais. No caso dos idosos, por exemplo, estes são publicamente reconhecidos como pessoas com maior risco de doenças graves e morte por COVID-19, entretanto, pouco se tem falado sobre outras vulnerabilidades a que estão expostos.

Tanto os profissionais de saúde quantos os familiares não podem desconsiderar que, em contrapartida a serie de medidas adotadas no intuito de protegê-los contra a ameaça viral, as pessoas mais velhas acabam por ficar expostos a outros prejuízos, especialmente no que tange a aspectos de saúde mental, financeiros e aqueles relacionados aos cuidados e suprimentos necessários ao seu bem-estar.

O Cento de Direito, Cérebro e Comportamento (CLBB) do Hospital Geral de Massachusetts, atento ao aumento das vulnerabilidades decorrente da pandemia, vem publicando uma série de considerações e informações a este respeito que podem ser acessadas aqui. Além disso, Dr. Bruce Price, médico neurologista, co-fundador e codiretor do CLBB, tem oferecido consultoria especializada em justiça para idosos e seus familiares durante esta pandemia.

No post compartilhado – Protecting Older Adults from Financial Scams Amidst COVID-19 -, Dr. Bruce Price apresenta uma ideia geral sobre o assunto e sugere aumentar a vigilância para com as pessoas mais velhas, destacando 3 situações que deveriam ser frequentemente monitorados pelos familiares que ajudariam a garantir a segurança dos nossos idosos, especialmente contra fraudes financeiras. São elas:

1 – Observar a ocorrência de gastos fora do padrão ou perdas financeiras advindas, por exemplo, de mudanças em investimentos.

2 – Estar sempre alerta aos sinais de apatia, ainda que possam parecer consequências do isolamento social.

3 – Monitorar, sempre que possível, a frequência e a consistência da realização das tarefas domésticas habituais, verificando assim a manutenção da rotina do idoso.

Mudanças na cognição podem afetar enormemente a capacidade de atenção e entendimento, tornando os idosos menos predispostos a evitar fraudes financeiras e reconhecer influências indevidas de pessoas. Estarmos vigilantes às alterações cognitivas é um ato de amor, entretanto, respeitar, a máxima autonomia possível do idoso, também o é.

Não é uma tarefa fácil se conscientizar de que um ente querido está apresentando declínio cognitivo. O pior da nossa tendência em ignorar tais alterações, por ser uma escolha mais cômoda e sem dor, é que, junto à nossa negação, deixamos de atuar em favor da saúde e proteção deles, possibilitando o acontecimento de problemas graves, uma vez que o julgamento complexo e a tomada de decisão do idoso, nestes casos, podem estar afetados.